segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Perder

Vou tentar escrever algo que faça sentido . Até porque a minha cabeça impede-me de ir mais longe. estou a começar a bloquear em todos os sentidos. Sinto que se está a tornar numa espécie de espiral descendente, em que por muito que tente atingir a superfície não consigo. Não consigo dormir. não consigo pensar correctamente. Tenho feito esforços sobre-humanos para que pelo o menos me levante da cama. Estes últimos dias não tenho ido à escola. Sinto-me um fardo para as outras pessoas e para mim mesmo. Quando falto com as minhas responsabilidades, sinto aquela sensação de dever não cumprido ( acredito que o mesmo se passa com outras pessoas ). Estou cansado de me sentir assim. É frustrante. Sinto-me melancólico a cada dia que passa. Ainda por cima é natal. É aquela altura em que tenho que fingir ser feliz. que tenho que agradecer todas as coisas que me dão. Tenho que me inserir à força só para não perceberem que estou ainda pior do que estava. Para me livrar desta melancolia comecei algo. Algo que pode chocar terceiros. Estou de rastos. Apesar de dormir, acordo cheio de dores e cansado. O meu corpo começa a fraquejar. Sinto isso. Ele pediu-me para lhe contar. Mas não o fiz. Não quero que se preocupem comigo. Não quero que saibam  que estou a um passo de... . Parece uma cave escura e sem saída. Miseravelmente, arrasto-me por ela. Não consigo escrever mais. A minha mente bloqueia num piscar de olhos.






Fábio

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Memórias

Revi todos os momentos passados. Jorravas alegria por cada foto tirada. Sinto falta da tua presença. Sinto falta dos teus sorrisos. Sinto falta de tudo. Em tão pouco tempo fizeste-me acreditar que valia a pena o passo dado. E valeu, de facto. Mas já não estás aqui. Éramos mais que íntimos. existia uma química sem igual. Em boa verdade, tenho que felicitar pelas caricias que fazias. Eras e continuas a ser especial. mesmo depois da tua partida. Não te vou esquecer. E espero que não me esqueças. Estarás gravada em mim para o resto da minha vida ( ou o que resta dela ). Não passa uma noite em que não chore. Sim, os homens também choram. Eu choro porque perdi muito e perdi pessoas importantes. Choro porque te perdi. Perdi episódios que ainda se iam realizar. Perdi olhares que se iam trocar. Perdi beijos que se iam dar. Perdi o teu abraço. Mas permaneces no meu coração. Daqui não sairás, nem mesmo depois da minha morte. Com sorte ainda te encontro.
A música que ouvíamos dias inteiros sem nos cansarmos dela. Também faz parte das recordações. E tão cedo não a esqueço.


Amo-te CLH, para todo o sempre. Nunca te irei esquecer. Nunca.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Saudade

Perguntei o que se passava, mas ninguém me respondeu. Ficaram imóveis, silenciados. Veio então a noticia. a surpresa. Naquele dia soube que o tinha perdido. o choque foi tão grande que as lágrimas não apareceram. Mas o céu chorou por mim. não queria acreditar. ainda hoje não acredito. Eras um homem cheio de vida. Como é que isto foi acontecer contigo? COMO? Lá estavas tu, deitado, quieto, em paz. Tinhas um passado enganador. Não era compatível com a realidade. Por causa da vida boémia da "maior", a tua vida foi uma espiral descendente em que tu, por muito que lutasses, não conseguias emergir. No dia em que partiste, eu próprio entrei em declínio.  Vi-te ali. Ainda hoje evito a realidade, pois assim permaneces vivo na minha vida e no meu pensamento. Dizem-me para me agarrar às coisas boas. E é o que eu faço. mas por detrás destas "coisas boas", existem coisas más. coisas que me fazem chorar todas as noites. A pergunta ficou no ar, pois ninguém soube responder. Em breve, Pai, em breve vou ter contigo. Se existir o "Puro", sei que te encontrarei. Senão, estou condenado ao "Impuro". Mas não faz diferença. Ela deixou de ser o que era quando comecei a perder o que era valioso para mim. Sinto-me vazio e sem razões para continuar no presente. Penso no que posso deixar para trás. Penso e custa-me. Mas custa-me mais ainda ser o que não sou. Custa-me ser algo que não sou. Custa-me ser um "fantoche " da vida. Procuro agarrar-me a algo que me faça sorrir. mas a única coisa que me fazia sorrir de verdade eras tu. E tu também já partiste. Porque que é que as pessoas à minha volta partem? Porquê eu? O rumo não é o que eu esperava que fosse. Talvez eu tenho feito algo de errado? Tenho saudades das nossas conversas. Saudades dos conselhos que me davas de como conquistar aquela rapariga. Saudades dos serões passados no telhado, a olhar para as estrelas enquanto me contavas as "parvoíces" que fizeste na tua adolescência. Saudades tuas. Muitas saudades.
Nunca me vou esquecer da frase que tu disseste: "Faz o que eu te digo, não faças o que eu faço".
 Ainda não acredito. Não permito que partas. Não enquanto eu for vivo. Sei que não foste um pai presente. Também sei o que se passou no Passado. Mas o que realmente importa é o facto de nós sermos um só. Sermos praticamente iguais. Sim, éramos iguais. Por dentro e por fora. Na maneira de pensar e agir. Ainda me lembro quando jogámos à bola. Foi ai que os nossos laços ganharam significado, força. Queria tanto dizer o quanto eu gosto de ti. Até já, Pai.

A música também ficou gravada: Carrie.